Quatorze reitores de universidades ligaram na terça-feira em uma coluna publicada pela O mundo à criação de um “subsídio de estudo para todos os estudantes”, de modo a “reduzir a pobreza”facilitar “o desenvolvimento da autonomia” dos jovens e o seu acesso ao ensino superior.
Em um contexto inflação elevada e “precariedade económica” entre os estudantess, os signatários recomendam “uma grande reforma estrutural das bolsas, com o objectivo de estabelecer um subsídio de estudo para todos os estudantes, à semelhança do que é praticado noutros países europeus.
“Nem as bolsas baseadas em critérios sociais, que dizem respeito a cerca de 750 mil estudantes”, nem as “ajudas excecionais” lançadas no final de 2022 pelo governo a favor das associações de apoio aos estudantes precários “são suficientes para travar a pobreza estudantil”, observa neste fórum os dirigentes de 14 universidades – incluindo Montpellier, Aix-Marseille, Strabourg, Lumière-Lyon-II, Jean-Moulin-Lyon III, Sorbonne Université ou Paris I-Panthéon Sorbonne.
Reduzir as desigualdades socioeconómicas
Um subsídio de estudo para todos “reduziria as desigualdades socioeconómicas, mas também os efeitos das desagregações familiares, promovendo assim o acesso ao ensino superior e a coesão social”, defendem. Isto também “facilitaria o desenvolvimento da autonomia dos estudantes”, garantir-lhes-ia “um rendimento digno” e “constituiria um verdadeiro reconhecimento económico e social”.
Este subsídio pode “evoluir à medida que você avança no curso”, detalham os signatários. A autonomia financeira dos estudantes também “promoveria a mobilidade internacional”, e faria parte de “um verdadeiro projecto social”, baseado nomeadamente no “acesso ao ensino superior para o maior número de pessoas”, prosseguem.
Aumento no valor das bolsas estudantes (37 euros por mês) ocorreu no início do ano letivo, prevendo-se uma reforma estrutural nos próximos meses.
Segundo um estudo Ifop para a associação de distribuição alimentar Cop1, publicado na semana passada, quase um em cada dois estudantes (46%) já eliminou uma refeição por causa da inflação.